
Oficina de desenho a grafite
A Associação de Estudantes associou-se ao PCE através da dinamização de uma atividade que decorreu durante as Jornadas do Agrupamento.
A sugestão foi apresentar aos alunos mais jovens do 2.º ciclo as inumeras potencialidades de um material que usam no dia-a-dia, o vulgar lápis de grafite, assim como outros intrumentos derivados deste material riscante. A atividade serviu também para esclarecer equívocos frequentes... que estes lápis de uso diário são de facto feitos de um mineral chamado grafite, diferente do carvão e que grafite (mineral) e grafitti (intervenção artistica) são coisas diferentes.
Pretendeu-se também valorizar uma das industrias mais tradicionais e importantes industrias São Joaninas, a Viarco, a única fábrica da peninsula ibérica que ainda recorre a métodos tradicionais de manufatura. Sendo uma empresa inovadora e cheia de ideias novas, aproveitamos ainda para mostrar aos nossos colegas algumas formas alternativas de utilizar a grafite na produção de desenhos e ilustrações. Fica abaixo uma pequena amostra do decorrer dos trabalhos:
E no final tivemos direiro a um mural que decorou a sala C.0.07 durante alguns dias!
O Mito de Prometeu (DAC 11.º A)
No âmbito do projeto DAC, cujo tema foi "O Fogo", a turma do 11.º A deu vida ao mito de Prometeu, com uma encenação deste. A escolha da história a abordar, não foi apenas escolhida com base no tema "O Fogo", mas também pelo interesse despertado nos alunos pela mitologia Grega, quando foi estudada nas aulas de Português e Filosofia. Toda a peça foi construída pela turma, desde o guião, cenário, encenação, guarda roupa até ao póster. Todos os professores colaboraram, no âmbito das suas disciplinas e realização desta peça não teria sido possível sem a sua ajuda. No final, preparamos este vídeo, para poder partilhar com todos o trabalho realizado.
POEMÁRIO
AMANTES DA LINGUA DE CAMÕES
Um poema por dia…
MANUEL ALEGRE
Nasceu a 12 de maio de 1936, em Águeda. Estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde foi um ativo dirigente estudantil e fundou o CITAC – Centro de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra, membro do TEUC – Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra, campeão nacional de natação e atleta internacional da Associação Académica de Coimbra.
Aos microfones da emissora «A Voz da Liberdade», a sua voz converte-se num símbolo de resistência e liberdade.
Em maio de 2016, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou: "Portugal também foi grande e é grande porque Manuel Alegre é português".
A sua obra goza de reconhecimento nacional e internacional, tendo recebido múltiplos e importantes prémios literários.
«Portugal em Paris» - Cláudio Silva (10.º B)
Solitário
por entre a gente eu vi o meu país.
Era um perfil
de sal
e abril.
Era um puro país azul e proletário.
Anónimo passava. E era Portugal
que passava por entre a gente e solitário
nas ruas de Paris.
Vi minha pátria derramada
na Gare de Austerlitz. Eram cestos
e cestos pelo chão. Pedaços
do meu país.
Braços.
Minha pátria sem nada
sem nada
despejada nas ruas de Paris.
E o trigo?
E o mar?
Foi a terra que não te quis
Solitário por entre a gente caminhei contigo
Éramos cem duzentos mil?
E caminhávamos. Braços e mãos para alugar
meu Portugal nas ruas de Paris.
GILBERTO MENDONÇA TELES
Nasceu em Bela Vista de Goiás, no dia 30 de junho de 1931.
É um poeta e crítico literário brasileiro, conhecido pela sua produção poética e pelos estudos sobre o Modernismo e a vanguarda na poesia.
«Língua», Ângela Santos & Rafael Andrade (10.º B)
Esta língua é como um elástico
que espicharam pelo mundo.
No início era tensa,
de tão clássica.
Com o tempo, se foi amaciando,
foi-se tornando romântica,
incorporando os termos nativos
e amolecendo nas folhas de bananeira
as expressões mais sisudas.
Um elástico que já não se pode
mais trocar, de tão gasto;
nem se arrebenta mais, de tão forte.
Um elástico assim como é a vida
que nunca volta ao ponto de partida.
VASCO GRAÇA MOURA
Personagem polifacetada da vida cultural portuguesa, tendo nascido na Foz do Douro, a 3 de janeiro de 1942, e falecido em Lisboa, no dia 27 de abril de 2014).
Poeta, romancista, ensaísta, tradutor, foi secretário de Estado de dois Governos provisórios, desempenhou funções diretivas na RTP, na Imprensa Nacional e na Comissão para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses.
Em 1999, foi eleito deputado ao Parlamento Europeu.
Considerado por muitos um dos maiores, se não o maior, poeta português contemporâneo.
Autor de uma vastíssima obra poética, ensaística e ficcional e um nobilíssimo tradutor e divulgador das literaturas clássicas.
«Lamento para a Língua Portuguesa» – Maria Flor Costa & Inês Amaral (10.º B)
não és mais do que as outras, mas és nossa,
e crescemos em ti. nem se imagina
que alguma vez uma outra língua possa
pôr-te incolor, ou inodora, insossa,
ser remédio brutal, mera aspirina,
mas é o teu país que te destroça,
e a sua condição te contamina
e no seu dia-a-dia te assassina.
mostras por ti o que lhe vais fazer:
(…)
mais valia que fossem de outra sorte
em cada um a força da vontade
e tão filosofais melancolias
nessa escusada busca da verdade,
e que a ti nos prendesse melhor grade.
(…)
matam-te a casa, a escola, a profissão,
a técnica, a ciência, a propaganda,
de estranhas novidades, a ciranda
de violência alvar que não abranda
entre rádios, jornais, televisão.
e toda a gente o diz, (…)
eu acredito
que te fizeram avaria grossa.
não rodarás nas rotas como dantes,
quer murmures, escrevas, fales, cantes,
mas apesar de tudo ainda és nossa, (…)
Vasco Graça Moura, in «Antologia dos Sessenta Anos»
OLAVO BILAC
Jornalista e poeta brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Nasceu no dia 16 de dezembro de 1865, tendo falecido no dia 28 de dezembro de 1918, no Brasil.
«Língua Portuguesa», Edgar Vilas-Boas (10.º B)
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela
Amo-te assim, desconhecida e obscura
Tuba de algo clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O génio sem ventura e o amor sem brilho!
Olavo Bilac, in «Poesias»
JOSÉ RÉGIO
Um escritor único da História da Literatura Portuguesa, impondo-se como o principal mentor do movimento presencista. do na linguagem comum, no que será um dos casos raros na nossa história literária.
Deixou-nos uma obra que se estende pelos vários meios da expressão literária, indo da poesia, do romance, da novela e do conto, ao teatro, ao ensaio e à crítica, passando pela obra íntima.
«Fado Português» – Mariana Ferreira (10.º B)
O Fado nasceu um dia,
quando o vento mal bulia
e o céu o mar prolongava,
na amurada dum veleiro,
no peito dum marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.
Ai, que lindeza tamanha,
meu chão, meu monte, meu vale,
de folhas, flores, frutas de oiro,
vê se vês terras de Espanha,
areias de Portugal,
Na boca dum marinheiro
do frágil barco veleiro,
morrendo a canção magoada,
diz o pungir dos desejos
do lábio a queimar de beijos
que beija o ar, e mais nada,
que beija o ar, e mais nada.
Mãe, adeus. Adeus, Maria.
Guarda bem no teu sentido
que aqui te faço uma jura:
que ou te levo à sacristia,
dar-me no mar sepultura.
Ora eis que embora outro dia,
quando o vento nem bulia
e o céu o mar prolongava,
à proa de outro veleiro
velava outro marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.
José Régio, in «Poemas de Deus e do Diabo»
MIGUEL TORGA
Pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha.
Nasceu a 12 de agosto de 1907, em São Martinho de Anta, Vila Real, e faleceu a 17 de janeiro de 1995, em Coimbra.
Médico, colaborou na Revista «Presença» e foi diretor das Revistas «Sinal e Manifesto», tendo sido galardoado com o Prémio Luís de Camões, em 1989.
«Camões», Leonardo Santos (10.º B)
Nem tenho versos, cedro desmedido,
Da pequena floresta portuguesa!
Nem tenho versos, de tão comovido
Que fico a olhar de longe tal grandeza.
Quem te pode cantar, depois do Canto
Que deste à pátria, que to não merece?
O sol da inspiração que acendo e que levanto,
Chega aos teus pés e como que arrefece.
Chamar-te génio é justo, mas é pouco.
Chamar-te herói, é dar-te um só poder.
Poeta dum império que era louco,
Foste louco a cantar e a louco a combater.
Sirva, pois, de poema este respeito
Que te devo e professo,
Única nau do sonho insatisfeito
Que não teve regresso!
In «Poemas Ibéricos», 1965.
CAETANO VELOSO
Músico, produtor e escritor brasileiro que nasceu no dia 7 de agosto de 1942.
Um dos artistas brasileiros mais influentes desde a década de 1960, considerado o "aedo pós-moderno", e uma das mais polémicas.
É uma das figuras mais importantes da música popular brasileira e um dos melhores compositores do século XX.
«Língua», Iago Lourenço (10.º A)
Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há - de negar que esta lhe é superior?
E deixe os Portugais morrerem à míngua
“Minha pátria é minha língua”
(...) O que quer
O que pode esta língua?
(...)
Adoro nomes
Nomes em ã
De coisas como rã e ímã
Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã
Nomes de nomes
Como Scarlet Moon de Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé
e Maria da Fé
(...)
A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria, tenho mátria
E quero frátria
Poesia concreta, prosa caótica
Ótica futura
Samba-rap, chic-left com banana
(...)
Nós canto-falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no Gueto do Harlem
Livros, discos, vídeos à mancheia
E deixa que digam, que pensem, que falem.
Património Serafinense: Q&A com Beatriz Oliveira
A Escola, como qualquer outra instituição, é uma entidade geradora de património, quer seja na forma de trabalhos de alunos que ficam para a posterioridade, no próprio estabelecimento de ensino ou além muros, disponível a toda a comunidade, quer no potencial em bruto e ainda por realizar plenamente do próprio discente. O nosso património passa então pelos nossos ex-Serafins que mostram através do trabalho que desenvolvem tudo o que começou a florescer aqui enquanto jovens alunos. Nesta breve entrevista com a Beatriz Oliveira (Curso de Design Gráfico, 2016-19), a partir de perguntas de alunos do 10º. ano do mesmo curso, ela fala sobre o que foi ser uma Serafina, os desafios que lhe foram sendo apresentados e o percurso até agora já realizado, incluindo o recente prémio que recebeu - veja mais [aqui]
Atividades | Locais | Rostos de São João da Madeira
No âmbito do Projeto Cultural de Escola, alunos do 4º ano da EB do Parque, sob a orientação da professora Ana Isabel Silva, e dos 9.º s A e B em Educação Visual, deram início à identificação e representação gráfica de alguns dos nomes mais importantes ligados ao Concelho de São João da Madeira, assim como algumas das suas atividades e lugares, aqui apresentados nesta mostra digital. Agradece-se à gentileza do Turismo Industrial na cedência de alguns dos sons ligados às atividades representadas nos trabalhos dos alunos do 4.º ano.
"Dia Mundial da Língua Portuguesa"
No âmbito das comemorações, o Plano Nacional da Artes (PNA) lançou um desafio às escolas participantes de se envolverem num intercâmbio que tivesse por base a Arte Postal. Os trabalhos desenvolvidos celebram sempre a língua portuguesa, quer através de ilustrações de palavras chave (nalguns casos, associadas ao nosso Concelho), quer de excertos poéticos ou textos literários. No nosso agrupamento participaram sete turmas (8.º C, 9.º B, 10.º B, 11.º B, 12.ºs A, B e C). Todas as escolas com que se procedeu ao intercâmbio ficam em territórios onde a língua oficial é o Português, mas fora do território nacional, reforçando o envolvimento dos nossos alunos com culturas diferentes, mas unidas por uma língua comum.
8.º C 9.º B 10.º B 11.º B 12.º A 12.º B 12.º CAres...
O Agrupamento tem um historial ligado às Artes nas suas múltiplas manifestações. Ao longo de décadas têm funcionado, de forma quase ininterrupta o Curso de Artes Visuais assim como Curso Profissionais de Técnico de Audiovisuais e de Design de Comunicação Gráfica. Existem três grupos de teatro (um do 1.º Ciclo e outros dois do Básico e Secundário), estão implementados os Planos Nacionais de Leitura e de Cinema, com desenvolvimento de numerosos projetos associados a estes planos e que contam com uma adesão massiva e dinâmica dos alunos. Há ainda um recorrente envolvimento em projetos em que a manifestação artística está presente, assim como o estímulo para o desenvolvimento de uma consciência de cidadania. A participação por parte dos discentes nestas atividades e projetos, contribui para um completo desenvolvimento das suas competências, assim como alargar a sua visão multicultural do mundo, estimulando a criatividade e o pensamento crítico.
Ao aderir ao PNA, a Escola encontra uma oportunidade adicional de abrir-se mais ainda ao mundo das artes e da cultura, expandindo a sua área de atuação e trazer para dentro da escola novas formas de entender o fenómeno artístico e a sua inter-relação com o mundo em que vivemos e todas as suas manifestações culturais, científicas e tecnológicas.
Além de contribuir para reforçar articulações entre áreas diversas do conhecimento e de expor cada vez mais os discentes ao mistério do processo criativo, o Projeto Cultural de Escola (PCE) propõem-se identificar o património do concelho onde o Agrupamento esta integrado, em toda a sua multiplicidade, contribuindo assim para o trabalho de valorização do património cultural, artístico, industrial, tecnológico e humano, em particular o de proximidade, tantas vezes esquecido numa sociedade muito orientada numa lógica globalizante e comercialista.
Assim sendo, o PCE visa o reconhecimento deste património e sua valorização, operacionalizada via modalidades de expressão artística tão variadas quanto possível, recorrendo a meios técnicos e tecnológicos que potenciem a sua implementação e divulgação. Pretende-se criar pontes interdisciplinares, em que o elemento e forma de pensar sejam diretamente relacionados a uma lógica artística, estimulando o processo de pensamento crítico e criativo nos alunos, mas sempre em articulação com outras áreas do saber.
Arrancando os trabalhos no presente ano letivo, o PCE é batizado de “Ares de São João da Madeira”, indo de alguma forma de encontro também ao tema aglutinador do agrupamento, “Ar”. A expressão “ares” sugere também um certo aspeto metafísico que a Cultura e a Arte possuem, difícil de identificar e explicar, mas que enquanto indivíduos sensíveis a estas manifestações, somos por eles tocados e influenciados.
Sendo que muitas dessas manifestações (materiais, imateriais e humanas) são tão etéreas, importa, de forma criativa, as preservar, estimulando nos discentes a (re)descoberta deste e usando-os depois como elementos de divulgação desse mesmo património através de um cuidado levantamento daquilo que existiu e existe e que cria a identidade cultural do Concelho de São João da Madeira. E, neste processo, tornar os nossos jovens em, também eles, criadores de novo património.