No dia 29 do mês de março do ano 2019, os alunos do décimo ano dos Ensinos Regular e Profissional, do Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite, acompanhados pelas professoras responsáveis, Cláudia Proença, Dina Sarabando, Inês Picado e Mónica Machado, e assessoradas pelas professoras acompanhantes, Cláudia Sá, Graça Santos, Luísa Silva, Mariana Ferreira e Odete Covelo, realizaram uma visita de estudo a Lisboa, de autocarro, enquadrada no aprofundamento das matérias lecionadas na disciplina de Português. Na sequência da visita, os alunos foram convidados a realizar vários trabalhos, que publicamos seguidamente.
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10º Ano - Visita de estudo a Lisboa (Fotos gerais)
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Reportagem de um dia diferente…
Diana Lopes Cardoso
David Balu
Marlene Rodrigues
Através desta reportagem, pretendemos demonstrar como decorreu a visita de estudo efetuada no dia 29 de março de 2019. Queremos partilhar com todos as nossas impressões de um dia diferente em que o estudo esteve aliado ao convívio e à partilha de ideias e de momentos.
Esta visita de estudo decorreu no âmbito da disciplina de Português, integrando-se no estudo do escritor épico/lírico - Camões - e do dramaturgo Gil Vicente. A visita teve a duração de um dia, sendo que a partida decorreu por volta das 6h45 da manhã. Saímos a essa hora da Escola Secundária Dr. Serafim Leite, S. João da Madeira, em direção a Lisboa, onde estivemos todos, tendo regressado, de novo, à nossa terra às 21 horas. Na viagem, utilizámos como meio de transporte o autocarro, mas, durante a visita em Lisboa, para fazermos a viagem no Tejo utilizamos como meio de transporte um veleiro.
Nesta visita, participaram todos os alunos do ensino regular e profissional que frequentam o 10.º ano na nossa escola (turmas A, B, C, D, E, F e G).As professoras que foram responsáveis pela visita de estudo foram as seguintes: Cláudia Proença, Dina Sarabando, Inês Picado e Mónica Machado, no entanto, existiram, também, professoras acompanhantes: Cláudia Sá, Graça Santos, Luísa Silva, Mariana Ferreira e Odete Covelo.
Os objetivos desta visita de estudo foram vários, mas destes podemos destacar o facto de podermos solidificar os conhecimentos que fizemos em sala de aula, a possibilidade de conhecermos vários monumentos e locais que fazem parte da nossa história e que são símbolos nacionais importantes. Foi, igualmente, objetivo desta visita o podermos ter a experiência de assistirmos ao vivo a uma peça de teatro e percebermos todos os elementos que fazem parte de um espetáculo de teatro.
A viagem, depois da partida, decorreu sem problemas e, assim que chegámos a Lisboa, embarcámos no veleiro “Príncipe Perfeito” para podermos apreciar a cidade, a partir do rio Tejo. Uma experiência única e diferente, pois conseguimos ter uma perspetiva diferente da vista para e da cidade. No momento do embarque, o entusiasmo era muito e, mesmo durante a viagem de veleiro, a energia e a boa disposição sentiam-se no ar, pois não é todos os dias que temos a oportunidade de andar de veleiro. Para além disso, o tempo atmosférico também ajudou, uma vez que estava um sol radiante e o rio estava calmo, o que permitiu que a viagem decorresse sem sobressaltos.
Durante a viagem, observámos, então, vários aspetos e locais, dos quais destacamos: a Lisboa ribeirinha, a praça da Ribeira, a Praça do Comércio, o Mosteiro do Jerónimos, a Torre de Belém, a Ponte 25 de Abril, o Cristo Rei e o Padrão dos Descobrimentos, locais e edifícios de grande valor e importância histórica, que nos caracterizam enquanto povo e que, ainda hoje, projetam a nossa imagem no mundo.
Durante esta viagem pelo rio Tejo, no veleiro, todos sentimos o quanto Lisboa é uma cidade imponente e única, que possui vários monumentos históricos e que simbolizam muitos séculos de História. Mais do que isso: muitos deles estão associados à época da expansão portuguesa dos séculos XV e XVI, ajudando-nos, assim, a perceber os conteúdos estudados em sala de aula. Percebemos, também, que foi desta cidade e de alguns destes locais que os portugueses partiram para darem “novos mundos ao mundo”, algo de que todos nós, enquanto portugueses, sentimos orgulho. Assim, podemos dizer que os sentimentos que prevaleceram, durante esta parte da visita, foram de emoção, entusiasmo e boa disposição.
Quando desembarcámos, partimos para o auditório, onde assistimos à peça de teatro, da autoria de Gil Vicente, intitulada: “Farsa de Inês Pereira”, apresentada pela companhia de teatro “O Sonho”. Pensamos que este momento foi muito divertido, pois a própria peça tem vários momentos que nos fazem rir e a própria representação levou exatamente a isso. Foi positivo, pois conseguimos ver ao vivo a peça que tínhamos estudado e analisado, em sala de aula, o que nos permitiu ter uma visão diferente e nos apercebermos de pormenores que, em sala de aula, só com a leitura não é possível: aspetos como a movimentação das personagens, o tom das falas, os gestos, a forma de vestir e de caracterização das personagens, a forma como o encenador pegou na história e a colocou em palco – tudo isto é sempre interessante! Por outro lado, podemos ver aspetos técnicos relacionados com o cenário, o som e a luz, algo que não salientamos em sala de aula, porque aqui somos leitores, mas, ali, no teatro, estamos na posição de espetadores, algo que nos enriquece. Durante o teatro, a atenção foi geral, na medida em que a curiosidade era a de ver como as personagens iam aparecer e como iam dramatizar a história. Apesar de já a conhecermos, foi interessante assistir à sua dramatização.
Assim que terminou, podemos lanchar e tivemos a possibilidade de comer os famosos pastéis de Belém e tomar um cafezinho no “Starbucks”, algo que foi do agrado de todos, pois foi um momento de convívio, o que é sempre bom para estabelecermos laços e fazermos novas amizades.
Em seguida, voltámos para o autocarro, a fim de darmos início à viagem de regresso que decorreu sem problemas.
Achamos que deveríamos ter tido mais tempo para podermos percorrer alguns locais da cidade ou visitar mais pormenorizadamente alguns monumentos. Por isso, como sugestão para futuras visitas, achamos que dois dias seriam positivos, para que os alunos pudessem fazer uma visita mais calma e detalhada. No entanto, também compreendemos que, devido às questões de alojamento e de custos, se torna, muitas vezes, difícil conseguir fazer as coisas de outra forma.
Consideramos que visitas como esta são muito importantes, uma vez que, para além do convívio, que é sempre positivo, também efetuamos aprendizagens de uma forma mais prática e conseguimos, com este tipo de visitas, captar melhor os conteúdos que nos são transmitidos em sala de aula e termos, assim, uma outra perspetiva dos ensinamentos. Achamos que é muito bom sair da sala de aula e aprender fora dela.
Agradecimentos
Gostaríamos de agradecer, em primeiro lugar, à professora Dina, por nos ter dado a possibilidade de alargarmos os nossos conhecimentos com esta visita. Gostaríamos, também, de agradecer aos responsáveis pela Escola Secundária Dr. Serafim Leite que sempre apoiam estas iniciativas e que são, com toda a certeza, do agrado de todos os alunos.
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-Visita de Estudo-
“Odisseia na Lisboa Quinhentista”
Duarte Brito (10ºA)
José Santos (10ºA)
No dia 29 do mês de março do ano 2019, 140 alunos do décimo ano dos Ensinos Regular e Profissional, do Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite, acompanhados pelas professoras responsáveis, Cláudia Proença, Dina Sarabando, Inês Picado e Mónica Machado, e assessoradas pelas professoras acompanhantes, Cláudia Sá, Graça Santos, Luísa Silva, Mariana Ferreira e Odete Covelo, realizaram uma visita de estudo a Lisboa, de autocarro, enquadrada no aprofundamento das matérias lecionadas na disciplina de Português (referentes à Lisboa quinhentista).
Esta viagem permitiu aprofundar os conhecimentos sobre os conteúdos lecionados no âmbito do estudo de Camões (vertentes lírica e épica) e do dramaturgo Gil Vicente, enriquecendo a nossa bagagem cultural, histórica e literária através da exploração de diferentes espaços de identidade nacional.
Objetivos Gerais
As professoras responsáveis organizaram esta magnífica odisseia com o objetivo de despertar, nos seus alunos, o gosto pela descoberta da História de Portugal, estabelecendo, assim, pontes entre o passado e o presente de Portugal, e consolidar os conhecimentos adquiridos, ao longo do ano, pelos mesmos, em contexto de sala de aula. Além disso, pretendeu-se, igualmente, aprofundar os conhecimentos sobre a obra “Farsa de Inês Pereira”, de Mestre Gil Vicente, compreendendo, deste modo, as linguagens que o espetáculo teatral implica (cenário, luz, som,…) e os valores intemporais veiculados pelo texto vicentino, tal como vislumbrar a matéria (já aflorada no 9.º ano) inerente à obra literária de Luís de Camões. E, não menos importante, conhecer o valioso património arquitetónico e natural de Lisboa (Palácio da Cordoaria, Mosteiro dos Jerónimos, Padrão dos Descobrimentos, Centro Cultural de Belém, Torre de Belém, Cristo Rei, Praça do Comércio, Lisboa Ribeirinha, Basílica da Estrela, Panteão Nacional, Ponte 25 de Abril, Castelo de S. Jorge, Sé Catedral de Lisboa, Casa dos Bicos, Mosteiro de S. Vicente de Fora), por via marítima.
Itinerário
Pelas 06h45, os alunos partiram com destino à capital e, às 10h45, os estudantes da Serafim compareciam, já, junto do cais com o intuito de realizar a tão esperada navegação, a bordo do “Príncipe Perfeito”, ao longo do rio Tejo (11h45), sendo esta uma original forma de se contemplar a beleza da Lisboa Quinhentista.
Já por volta das 13h00, os discentes tiveram a oportunidade de desfrutar de um fantástico passeio pela encantadora zona de Belém. Posteriormente, por volta das 15h00, os mesmos visualizaram a peça vicentina, “Farsa de Inês Pereira”, levada a palco pela companhia teatral “O Sonho”, terminando esta iniciativa por volta das 16h00.
Por fim e pondo, desta forma, um ponto final à “Odisseia”, pelas 16h45, deu-se, então, o início da viagem de regresso, terminando esta às 21h30, com a chegada à nossa terra.
Lisboa e o Tejo
Na primeira parte desta odisseia, os alunos tiveram o privilégio e a sorte de embarcar numa grande aventura, a bordo do veleiro “Príncipe Perfeito”. A bordo deste transporte, observámos uma rede inigualável de locais e monumentos.
Esta viagem foi realizada com o intuito de proporcionar aos alunos um conjunto de sensações algo “semelhantes” às dos nossos grandes navegadores, dos séculos XV e XVI, à saída de Lisboa, com destino incerto, quando deixavam a sua pátria e partiam em busca do desconhecido. É certo que não tivemos de enfrentar tempestades, nem adversidades extremas como tiveram, certamente, os nossos grandes Mestres da Arte da Navegação, como o nosso grande Vasco da Gama ou o nosso grande Pedro Álvaro Cabral. Naquela hora e trinta minutos, tivemos um conjunto de sensações e vivências, que nos permitiu imaginar como seria ser marinheiro, bem como o que sentiram os nossos Grandes Navegadores.
E como seria Lisboa há 500 anos?!
Durante toda a viagem a bordo do “Príncipe Perfeito”, os alunos puderam dar largas à imaginação e sentirem como era a Lisboa do século XV, movida pelo comércio, bem como o turbilhão de emoções sentidas pelos grandes descobridores/navegadores, quando abandonavam as suas famílias e as suas residências em busca do desconhecido.
A zona ribeirinha seria, sem dúvida, a mais admirável, devido à constante chegada e partida das grandes naus e a todo aquele ambiente preenchido pela azáfama do trabalho com as gaivotas grasnando pelo ar.
Parte alusiva à peça vicentina
Na segunda parte desta odisseia, os nossos tripulantes assistiram à representação da peça que tinha sido estudada durante o segundo período, “Farsa de Inês Pereira”, do pai do teatro português, Gil Vicente, pela companhia de teatro “O Sonho”. Levar a cena uma peça deste grande dramaturgo português será, certamente, um grande desafio e um grande orgulho. Mestre Gil Vicente foi, sem dúvida, um grande observador do mundo, um grande crítico dos vícios sociais, especialmente da nobreza e do clero, que gostava de fazer rir, sem se considerar humorista, mas, sim, um poeta, um dramaturgo e um observador atento e perspicaz.
Posto isto, a representação correspondeu às expectativas. Com atores tão profissionais e com “amor à camisola”, só poderia ser um espetáculo de qualidade. Apesar de esta obra ser do conhecimento dos alunos, o facto de assistirem a esta peça permitiu-lhes sentir o ambiente do palco, as linguagens que o espetáculo teatral implica que, tantas vezes, nas aulas de Português, são solicitados a “encarnar”, contribuindo tanto para o seu crescimento e amadurecimento na expressão escrita e oral, como para o seu controlo e confiança.
Avaliação do interesse desta odisseia
A visualização da peça vicentina, dado que solicitou conhecimentos adquiridos pelos alunos, na disciplina de Português, e lhes demonstrou a vida quotidiana da população portuguesa na Lisboa quinhentista, terá sido, em nossa opinião, um dos aspetos mais importantes desta visita de estudo.
A nosso ver, a qualidade impressionante dos atores e da encenação e dramatização da peça constituiu em si um aspeto primordial da visita. Tal como esta, a viagem magnífica de veleiro foi deveras relevante, para que os alunos tenham percebido e vivenciado “in loco” um pouco do trajeto percorrido pelos marinheiros portugueses dos tempos passados.
Conclusão
Após um breve diálogo com os restantes participantes da visita de estudo, pudemos concluir, através do seu “feedback”, que terá sido bastante positiva esta iniciativa, tendo, até, chegado a ouvir que teria sido a melhor viagem da sua vida.
“A primeira vez que vim à capital” foi também um dos comentários pronunciados por alguns dos estudantes, mostrando, assim, as oportunidades que a escola (e particularmente a Serafim) oferece aos seus alunos, proporcionando-lhes, desta feita, a oportunidade de conhecerem novos horizontes.
Todavia, a falta de tempo para visitar e desfrutar da beleza da capital poderá ter retirado algum brilhantismo sem, contudo, beliscar, minimamente, o excelente contributo para o crescimento cultural dos seus participantes, tornando-a, inevitavelmente, inesquecível.
Não poderemos terminar sem agradecer a todas as pessoas que, de alguma forma, estiveram envolvidas neste projeto, pois deram o melhor de si. Agradecemos, também, às responsáveis por esta visita, tendo em conta que fizeram o possível e o impossível para que esta se tornasse realidade. A todos e todas, o nosso obrigado!
Sugestões
Em visitas futuras, será importante que haja mais tempo, para que os participantes explorem, de forma autónoma, individual ou em grupo, os vários espaços onde decorrem as visitas de estudo, como é o caso do Jardim do Império.
Agradecimentos
Às professoras organizadoras e acompanhantes, que proporcionaram esta “Odisseia” fantástica!
Aos atores da companhia de teatro “O Sonho”, que proporcionaram a possibilidade de assistir a esta peça!
Aos motoristas que conduziram os alunos até Lisboa e à paciência demonstrada, durante toda a viagem, já que não é fácil aguentar a energia de cinquenta alunos adolescentes dentro de um autocarro!
Ao comandante e aos seus auxiliares, que tão bem nos guiaram pelas águas do nosso Tejo!