RoadShow Financeiro é um projeto inovador – organizado pelo MoneyLab e que conta com o apoio da Fidelidade, Fundação Millennium bcp e Euronext - que tem como objetivo colmatar a desinformação que existe entre as camadas mais jovens, no que diz respeito à literacia financeira.
Alunos da Escola Secundária Dr. Serafim Leite participaram nesta iniciativa, deslocando-se até ao auditório da reitoria da Universidade de Aveiro, no dia 05 de fevereiro de 2020.
Foi uma iniciativa muito interessante que agradou a todos os participantes, pelos conteúdos abordados e, essencialmente, pelas dinâmicas interativas asseguradas pela dinamizadora do projeto.
Foram muitos os conceitos financeiros explorados, importantes para capacitar o público-alvo na assunção de comportamentos responsáveis e racionais, relativos ao consumo, à poupança, ao investimento e aos riscos associados.
De acordo com os assuntos transmitidos, reproduzimos aquilo que, no essencial, foi referido na sessão de esclarecimento.
A decisão de usar “dinheiro”, para efetuar despesas ou para investir em recursos produtivos, não é uma iniciativa que se deva efetuar sem que exista um plano orçamental.
No plano pessoal, assim como no plano empresarial, sentimos necessidades que implicam um esforço financeiro e nem sempre dispomos de dinheiro para tudo o que desejamos. É, por isso, fundamental desenvolver um plano orçamental que ponha em evidência os rendimentos da atividade económica desenvolvida e a estrutura dos gastos previsíveis e do montante correspondente às ações de investimento em perspetiva. Daqui deverá resultar o estabelecimento de prioridades que deverão ser atendidas, as quais permitem introduzir racionalidade nas escolhas que fazemos.
As poupanças, parte dos rendimentos obtidos que não é gasta ou investida, traduzem uma atitude prudente que permitirá acumular recursos financeiros (dinheiro) que ficarão disponíveis para ações futuras, previstas ou imprevistas. É, também, uma forma de aliviar a taxa de esforço financeiro, uma vez que, reduzindo os montantes de financiamento necessário, permite aliviar os encargos da dívida que, eventualmente, tenhamos de assumir para satisfazer necessidades, preferencialmente ligadas a ações de investimento (algo de que se espera poder vir a obter mais rendimento).
O endividamento deve, como se disse, estar relacionado com ações de investimento e não com ações de consumo. Este endividamento corresponde à utilização de recursos financeiros externos disponibilizados por: instituições financeiras monetárias - bancos, instituições de crédito, etc. e, por instituições financeiras não monetárias.
Tratando-se de empréstimos, é claro que o financiador espera obter, o retorno do capital (dinheiro emprestado) e um montante variável que justifica o seu interesse neste tipo de ação. Este montante adicional é designado por “juro” e é expresso por uma taxa percentual aplicada ao valor do montante em dívida, pelo tempo em que a mesma persista. Tendo dito que essa taxa é variável, importa ter em conta que ela tenderá a ser maior quanto maior for o risco de incumprimento por parte do devedor, mas não só. Também depende da política monetária do banco central europeu, em função dos seus objetivos, em matéria de controlo da quantidade de moeda em circulação e seus efeitos na dinamização da economia. Nesta situação assume especial interesse a observação da inflação, traduzida pela subida generalizada dos preços, a qual contribui para promover a dinâmica dos mercados e, consecutivamente, o desenvolvimento económico, com repercussões na vida das pessoas.
Contudo, para que as condições de vida das pessoas possam melhorar, é necessário que o seu poder de compra não diminua, isto é, que o seu nível de vida não piore, que seja garantida melhor qualidade de vida, com níveis de consumo responsáveis.
Pelo que aqui fica expresso, é importante que, no plano pessoal ou a nível empresarial, o poder de decisão seja exercido de forma consciente, avaliando as condições e os riscos inerentes à afetação de recursos financeiros, de modo a que não sejamos confrontados com situações de falência que colocam em causa o modo de sobrevivência. E lembre-se: O consumo responsável e racional contribui para a poupança e para melhorar a qualidade de vida. Investir na melhoria de condições que permitam aumentar o nível de rendimento futuro poderá, ou não, justificar sacrifícios e encargos que se perpetuem num determinado espaço temporal.
Seja prudente nas opções que faz!