Introdução
As alterações climáticas representam, sem dúvida, uma das maiores ameaças globais da atualidade, afetando o ambiente e, consequentemente, a biodiversidade, em geral, e a humanidade, em particular. O aquecimento global provocado pelo aumento da emissão de gases, promotores do efeito de estufa natural, os fenómenos climáticos extremos como as secas, as inundações e os incêndios, assim como o degelo das calotas polares e a migração forçada de seres humanos são alguns dos acontecimentos com um impacto devastador nos ecossistemas e na própria sociedade.
Portugal, assim como qualquer outro país, tem tido desafios advindos das alterações climáticas, estando o país, a título exemplificativo, exposto ao aumento do nível médio das águas do mar, à desigualdade na responsabilidade de emissão de gases entre o litoral e o interior, além de que a agricultura, a segurança alimentar e os recursos hídricos são áreas bastante afetadas.
No caso de São João da Madeira, a nossa cidade poderá sofrer alterações ao nível da temperatura e da pluviosidade, que afetarão, por seu lado, a fauna e a flora. Tais situações, na nossa opinião, poderão ser minimizadas se forem desenvolvidos planos que incluam adaptações às condições ambientais adversas, como o design de infraestruturas resistentes, o incentivo à utilização de energias renováveis, uma melhor eficiência energética nos edifícios, bem como uma melhor gestão de alguns recursos como a água, a preservação das zonas verdes e uma maior consciencialização, por parte da população, para a alteração efetiva dos seus hábitos.
São João da Madeira é uma cidade preocupada com esta problemática, daí a existência de três grandes parques na cidade, de ciclovias e de um sistema de transportes urbanos coletivos (TUS) gratuito para todos os utilizadores. Além disso, procede-se, igualmente, à recolha seletiva de biorresíduos, à redução da deposição de resíduos em aterros e ao aumento da recolha seletiva e da reciclagem. Podemos, ainda, aplaudir a ação camarária no que respeita à distribuição de garrafas reutilizáveis, por todos os alunos das escolas públicas e privadas do concelho, e o combate à poluição dos odores e são estas preocupações que têm gerado projetos e medidas capazes de colmatar alguns dos problemas ambientais.
Os agrupamentos do concelho, nomeadamente o Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite, têm desenvolvido atividades no sentido de alertar a comunidade escolar e a população em geral para a assunção de uma atitude reflexiva e crítica face a esta calamidade.
Neste sentido, no dia vinte e um de novembro, o AESL promoveu uma «Caminhada pelo Clima» com início na escola sede até ao Jardim Municipal, que contou com a participação de todos os alunos de todos os níveis de ensino, professores, auxiliares de ação educativa e membros da Câmara Municipal de São João da Madeira. Esta caminhada teve como objetivo sensibilizar a população, sobretudo através dos cartazes da autoria de cada turma, acerca da problemática ambiental e da necessidade da mudança de hábitos. Os alunos revelaram muito sentido de responsabilidade, união, cooperação e envolvimento numa caminhada que faz todo o sentido, uma vez que é o seu futuro e o do planeta Terra que correm um sério risco de vida.