O grupo de teatro "A Troupe" presenteou-nos com mais um trabalho teatral, integrado no VIII Festival de Teatro de S. João da Madeira: "Os detalhes", assim se chama a peça encenada pela professora Teresa Soares e representada por doze talentosos atores, subiu ao palco da Casa da Criatividade, na tarde do dia 26 de abril.

A história, baseada na obra "A Walk to remember", de Nicolas Sparks, adaptada por Miguel Santos, põe em palco um grupo de adolescentes com comportamentos típicos dos nossos dias: amizades fundadas em princípios pouco sãos, aspiração ao êxito fácil, julgamentos precipitados... Contrapõe-se-lhe outro grupo com um posicionamento mais saudável e com atitudes mais consentâneas com o socialmente aceitável. No meio desta dicotomia de formas de estar, dois jovens debatem-se com contradições insanáveis: de um lado a doença que desaconselhava o relacionamento duradouro e, do outro, o progressivo enamoramento de alguém que, no início, desprezava essa possibilidade de relação.

A peça apresenta alguma variedade de situações: a comicidade da primeira parte, assente na rivalidade dos grupos e na forma como eles se relacionam, e, no final, o desfecho trágico e o consequente "peso" que ele faz tombar sobre as restantes personagens, levando-as a uma mudança de atitude. A peça aborda ainda, de forma mais ou menos direta, problemas como a exclusão social, o alcoolismo, a religião, a solidariedade...

A encenadora, Profª Teresa Soares, moldou um grupo atores, alguns já "repetentes" e, portanto com alguma experiência de representação, integrando novos alunos e abrangendo várias turmas e anos de escolaridade, o que lhe facilitará a continuidade da "Troupe", mantendo o bom nível de representação a que nos tem habituado. Depois de "Quem vê caras não vê corações", uma peça de pendor cómico, e de "A Mulher Sem Sombra" e "Zaratusta", com um registo eminentemente "filosófico", a Troupe alarga o seu reportório, com uma peça diferente, mais dramática e ligada ao quotidiano juvenil. Nessa variedade de opções reside também o crédito deste grupo e o reconhecimento do trabalho desenvolvido.

No final, quando subiu ao palco, a encenadora manifestou a sua enorme satisfação por ter levado este desafio a bom porto, destacando a felicidade de "ver crescer" os seus atores, mesmo sabendo que, passados alguns anos, eles terão que abandonar o grupo, devido à conclusão dos seus estudos no Agrupamento. Esse é, afinal, o sortilégio dos grupos de teatro escolares.

Juntamos o nosso parabém, aos merecidos aplausos que ecoaram no final do espetáculo.

Fotos: Curso Profissional Técnico de Audiovisuais

Texto: Celestino Pinheiro


 
 
 

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