Lanço uma pergunta no ar … A aventura chegou ao fim?

Em termos reais, talvez sim! Fisicamente, já não estamos mesmo em Estrasburgo. No entanto, acredito que esta aventura estará sempre presente na mente de cada uma das 27 pessoas que viveram intensamente cada momento desta epopeia por terras francesas.

É irónico pensar que foi o tema “2010 – Ano Europeu da Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social” que nos proporcionou esta rica experiência e momentos de integração inesquecíveis. É verdade!

Retrocedendo no tempo …

 

O dia 28 de Novembro começou a ser vivido bem cedinho! Para alguns, foi apenas uma continuidade do dia anterior, porque, na verdade, devido ao horário do TGV, não nos foi possível descansar durante muito tempo.

Sim, às 4h da manhã, em plena madrugada, tocavam os despertadores de todos os quartos do “Hôtel des Princes” (simples, duplos e triplos) ocupados pelos serafinenses. Oh! Oh! Tanto soninho! E tanto desejo de permanecermos mais alguns dias em Estrasburgo. Acreditem!

Mas, desejos à parte, não havia tempo para utopias, pois a realidade era outra: o TGV partia às 6h20 e não havia tempo para demoras, uma vez que nos esperava uma longa caminhada com os nossos apêndices de rodas. Porém, o sono falou mais alto e houve quem não cumprisse o horário de saída. Resultado: não saímos do hotel à hora prevista, devido aos mais preguiçosos, e o trajecto do hotel para a gare foi feito “a 100 à hora”! E chegámos, realmente, à tangente. Por pouco, perdíamos o comboio e houve mesmo quem se tivesse separado do “pelotão” da frente e julgasse que não iria apanhar este meio de transporte. Que susto! No entanto, com o “desenrascanço” à português, tudo se resolveu e, à hora marcada, todos entrávamos no TGV, em Estrasburgo.

E, cá entre nós (que ninguém nos ouve!), quase todos aproveitaram para pôr o sono em dia. Era quem mais dormia nos diferentes lugares das carruagens do TGV. E houve, também, quem se fez valer desta situação e tirasse fotos aos dorminhocos, em flagrante. Clic! Clic! Já foste apanhado (a)!!!

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Mais imagens na Galeria do fim do texto.

Após este momento de descanso para a maioria, chegámos ao aeroporto Charles de Gaulle sãos e salvos, mas com muita fominha. Com a nossa barriguinha já mais cheiinha e saciada com um queque e uma bebida quentinha, dissemos, então, adeus a Paris, naquele dia tão frio, mas que nos acolheu de forma tão calorosa.

E chegou o momento de se examinarem as bagagens e constatar se não existiam entraves ao nosso embarque. Se a uns tudo correu bem, sem problemas, outros tiveram uma apertada “vistoria”. Os agentes franceses foram, sem dúvida, mais minuciosos, nesta questão da segurança, que os portugueses.

A partir daqui, foi só esperar pelo momento da partida. Durante este período temporal, alguns aproveitaram para descansar mais um pouco, outros para conversarem, recordando os dias passados em Estrasburgo, e outros ainda para fazerem as últimas compras.

Esta equipa que sofreu um atraso de uma hora no voo, em Portugal, devido a uma ameaça de bomba, que teve conhecimento de um suicídio, na linha de comboios, em Paris, que quase perdeu o TGV, na viagem de regresso, passou por mais uma aventura… Na hora do embarque, quando já todos punham o seu pé no avião, que nos conduziria ao nosso país, eis que recebemos a informação, por outros passageiros portugueses, de que um dos alunos e uma das docentes corriam o risco de não embarcarem, devido a problemas com a mala de viagem. Embora tenha sido, deveras, um momento bem complicado, tal não chegou a acontecer e, apesar desta contingência, o avião anunciava que chegara a hora de os 27 peregrinos se despedirem desta sua aventura e de partirem rumo a Portugal.

A viagem foi perfeita com direito, até, a um almoço que regalou o nosso estômago. E, aqui, houve momentos para a risota, para a brincadeira, para o convívio, para uma sonequinha, para se apreciar a paisagem que nos preenchia o olhar e, até, para se ouvir uma musiquinha. E foi neste clima de alegria que aterrámos em solo lusitano.

Tempo para acertarmos os ponteiros do relógio: 60 minutos para trás …

O autocarro da Junta de Freguesia de S. João da Madeira já nos esperava na parte exterior do aeroporto. E foi o Sr. Luís, já nosso conhecido de outras experiências do “Parlamento dos Jovens”, que conduziu os 27 vencedores à cidade vitoriosa, aquela que, de Segunda a Sexta, nos recebe na nossa segunda casa, a Escola Secundária Dr. Serafim Leite, aquela que acreditou em nós e aquela na qual acreditamos.

E, com algumas cantorias pelo meio, incluindo a do nosso motorista, que tão bem nos encantou com a sua arte vocal, chegámos a S. João da Madeira, a meio da tarde do dia 28 de Novembro. Com direito a cartazes e tudo, esperavam-nos aqueles que deixáramos e que tanto nos apoiaram neste projecto, os pais dos nossos 24 alunos, um verdadeiro orgulho da nossa escola.

Beijinhos e abraços, palavras doces, demonstrações de saudade, agradecimentos foram o sinal de que o sonho terminara e de que estávamos, de novo, junto dos nossos. Contudo, a realidade, na minha singela opinião, era e é outra: a missão fora plenamente cumprida!

Para trás, ficou todo um mundo de novas sensações, de experiências alucinantes, de conversas encantadoras, de olhares brilhantes, de sorrisos comoventes, de gargalhadas sentidas e a certeza de que ninguém esquecerá esta estupenda aventura. Nunca mais, garanto-vos! E eu sou a primeira a confessá-lo!!!

E, em jeito de conclusão, depois desta minha aventura de repórter, resta-me agradecer a todos os que contribuíram para que esta missão fosse bem sucedida! Mas não posso deixar de agradecer, em primeiro lugar, aos meus dois alunos a quem se deve toda esta experiência, porque sem eles nada disto teria sido possível: Carlos Oliveira, do 12º F, e Ricardo Santos, do 12º G. Estes, sim, merecem o devido destaque. Foram os verdadeiros heróis desta epopeia! Há que não esquecer que esta aventura não se restringiu a estes 4 dias, esta foi apenas o culminar de um trabalho efectuado desde o ano lectivo anterior.

E, como não poderia deixar de ser, agradeço, também, à minha companheira de luta e de aventura, Drª Lúcia Sousa, e à nossa “co-piloto”, Drª Paula Gaio. Merecem, ainda, os devidos aplausos os 24 alunos, os Encarregados de Educação, os nossos colegas de Português, Francês e de Inglês, sobretudo, e (claro!) a Direcção da nossa escola na pessoa da Drª Irene Guimarães que acreditou em todos nós e nos abriu as portas da casa que, sublimemente, dirige. E … atribuo, também, um especial agradecimento ao Dr. Celestino Pinheiro que tanto nos auxilia, para que as nossas notícias e fotografias cheguem a todos os portos.

 Obrigada, Serafim Leite, por teres torcido por nós! Um bem haja a todos os serafinenses, sem excepção!!!

 

 
 
 

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