Alguma vez já se questionou por que razão existe um mês do ano dedicado à divulgação e prevenção de uma doença? E por que razão é o cancro da mama o tema abordado no mês de outubro? Pelo sim, pelo não, esta reportagem será capaz de esclarecer dúvidas pertinentes e dar a conhecer pormenores não muito discutidos no dia a dia.
Por: Isabelle Linhares Góes
O movimento "Outubro Rosa" teve a sua origem nos Estados Unidos, na década de 1990, com o objetivo de promover a consciência e envolver a sociedade na luta contra o cancro da mama. Desde então, a cor rosa passou a ser o símbolo utilizado, globalmente, para prestar homenagem às mulheres afetadas por esta doença, promover a importância da prevenção e do diagnóstico precoce e incentivar o apoio à pesquisa nessa área.
A Liga Portuguesa Contra o Cancro, em parceria com a Coligação Europeia Contra o Cancro da Mama e por meio do Movimento “Vencer e Viver”, organiza a campanha "Outubro Rosa" com a finalidade de aumentar a consciência sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do cancro da mama, especialmente por meio do rastreio. A iniciativa visa, também, divulgar informações e oferecer apoio às mulheres e às suas famílias.
Há alguns dias do mês que se destacam, igualmente, em torno desta abordagem: 13 de outubro - Dia Mundial do Cancro da Mama Metastático; 15 de outubro - Dia da Saúde da Mama; 30 de outubro - Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama.
Mas, afinal, como podemos falar de algo, sem ter o conhecimento do que é? O cancro da mama é um tumor maligno que se inicia nas células da glândula mamária e é o mais frequente nas mulheres. No entanto, este pode, também, atingir o sexo masculino - de acordo com a Liga Portuguesa contra o Cancro, em Portugal, cerca de 1% dos casos de cancro da mama acontece nos homens. Numa glândula normal, quando envelhecem ou são danificadas, as células morrem naturalmente. Quando estas perdem este mecanismo de controlo e sofrem alterações no seu genoma (ADN), tornam-se células de cancro, que não se danificam ou envelhecem, mas que produzem novas células que não são necessárias, de forma descontrolada, ocasionando a formação de um cancro.
Ao contrário das células normais, as células de cancro de mama não respeitam as fronteiras do órgão, invadindo os tecidos circundantes e podendo disseminar a outras partes do organismo, por exemplo, os gânglios linfáticos mais próximos, os localizados debaixo da axila, da base do pescoço e da parede torácica. Posteriormente, com o avanço da doença, podem atingir partes do corpo que se encontram mais distantes, através da corrente sanguínea, como os ossos, o fígado, o cérebro e os pulmões - a este estádio dá-se o nome de metastização. O diagnóstico precoce é essencial, pois aumenta a probabilidade de o tratamento ser mais eficaz, melhorando o prognóstico da doença.
Os sintomas de cancro da mama podem causar alterações físicas visíveis, que devem ser observadas com atenção:
- qualquer alteração na mama ou no mamilo, quer no aspeto, quer na palpação;
- qualquer nódulo ou espessamento na mama, perto da mama ou na zona da axila;
- sensibilidade no mamilo;
- alteração do tamanho ou da forma da mama;
- retração do mamilo (mamilo virado para dentro da mama);
- pele da mama, auréola ou mamilo com aspeto escamoso, vermelho ou inchado; pode apresentar saliências ou reentrâncias, parecendo "casca de laranja";
- secreção ou perda de líquido pelo mamilo.
Apesar dos estádios iniciais do cancro não causarem dor, é aconselhável a consulta de um médico nos casos de dores nas mamas ou qualquer outro sintoma acima citado que não desapareça.
Os sintomas de cancro da mama não são exclusivos desta doença, sendo importante estar atento aos sinais e que estes sejam examinados por um médico, para que qualquer problema seja diagnosticado e tratado, atempadamente.
Ainda não foi possível encontrar as causas para o cancro da mama, que pode aparecer em indivíduos que não apresentem fatores de risco conhecidos. Contudo, é possível elencar alguns fatores considerados de risco, a saber:
- Envelhecimento (continua a ser o maior fator de risco para o cancro da mama);
- Antecedentes familiares;
- Fatores hormonais;
- Obesidade;
- Exposição a radiações ionizantes;
- Mutações genéticas hereditárias (homens com mutação no gene BRCA1 ou BRCAs, entre outros, tendo estes um risco maior);
- Síndrome de Klinefelter (doença congénita em que os homens apresentam um cromossoma X a mais);
- Bebidas alcoólicas (o consumo excessivo de bebidas alcoólicas é um fator de risco para o cancro da mama nos homens);
- Doença hepática;
- Determinadas profissões.
A inspiração para a realização desta reportagem deve-se não só à proximidade da data (mês de outubro), mas também ao facto de os últimos dados registados, por parte de pesquisadores e médicos, serem alarmantes, apontando para um aumento de 3,5%, ao ano, do cancro de mama mais agressivo e mortal em mulheres jovens, com menos de 40 anos. Os médicos mostram-se preocupados com esta tendência, uma vez que, nestas idades, os cancros são, regra geral, mais agressivos, mortais e difíceis de detetar.
Nos dias 29 e 30 de outubro (Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama), neste ano civil, Portugal recebeu a 1.ª Conferência Internacional sobre mulheres jovens com cancro da mama, evento organizado pela Breast Cancer in Young Women Foundation, no hospital CUF Tejo, em Lisboa. Portanto, a conclusão que se obteve desta discussão entre especialistas sobre este incessante tópico sempre atual, infelizmente, é que o diagnóstico precoce é essencial para o retardamento e o tratamento da doença.
Assim, a equipa dos Jovens Repórteres da Escola Secundária Dr. Serafim Leite deseja uma longa e saudável vida a todos os colegas e a toda a família escolar e, para isso, é importante o constante cuidado, a fim de se prevenirem doenças, e um “check up”, sempre que puderem ao médico, com o intuito de um maior conhecimento se está tudo bem em termos de saúde física e mental.
Fontes de consulta:
Cancro da Mama: o que é, sintomas e tratamento | CUF
Sintomas - Cancro da Mama : Liga Portuguesa Contra o Cancro
Outubro Rosa [mês de prevenção do cancro da mama] : Liga Portuguesa Contra o Cancro