No dia 29 de abril, o grupo de Teatro “A Troupe” apresentou ao público do X Festival de Teatro a sua última produção, peça “O Segredo”, uma adaptação de “O Condenado” de Camilo Castelo Branco.
Perante uma sala cheia, os catorze atores do grupo esmeraram-se por nos contar a “história misteriosa de um homem que guarda um grande segredo mortal “, saída da imaginação e da vida de Camilo, uma vez que o autor teve a intenção de homenagear o seu amigo José Cardoso Vieira de Castro, que viveu um drama semelhante ao da obra.
A peça abre com duas criadas algo desajeitadas, mas com muito jeito para nos fazer rir, que, enquanto limpam a casa dos patrões, discutem futilidades provenientes da sua ignorância, ou da estranheza que lhe causa o ambiente aristocrático em que foram inseridas. Seguidamente, desenrola-se o drama, todo ele feito de mistérios, de amores imprevistos, de encontros e desencontros, e, no final, da revelação do “segredo” que dá o título à peça.
Não era fácil a tarefa dos jovens atores da “Troupe”, até pela diferença etária e física entre eles e as personagens que representavam. Mas eles superaram essa dificuldade, afirmando-se pela segurança e convicção com que representaram os seus papéis, alguns bastante exigentes, quanto mais não fosse pela extensão das falas e pelo intrincado da história. Há muito trabalho a preceder a entrada destes jovens atores em palco e isso é bem percetível no resultado final. Quando uma peça é bem representada, aquilo que parece fácil no palco é inversamente proporcional às dificuldades que o grupo terá superado para poder apresentar um trabalho escorreito. Se a isso juntarmos uma cenografia e uma luminotecnia cuidadas, o resultado é merecedor de todos os aplausos que se ouviram na sala. O verdadeiro segredo do “Segredo” foi o trabalho, a dedicação e a competência de todo o grupo.
No final era esse espírito de missão bem cumprida que se espelhava no olhar, no sorriso e na emoção da professora Teresa Soares e de todos os que com ela colaboraram, a começar nos atores, passando por professores, assistentes e pais. A sessão terminou com palavras de apreço por parte da diretora Anabela Brandão, que salientou o facto de aquela ter sido a terceira peça de teatro apresentada pelo Agrupamento, o que demonstra bem a sua vitalidade, porque “temos os melhores alunos do mundo”.
Celestino Pinheiro
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