No passado dia 23 de fevereiro, os alunos do Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite tiveram a oportunidade de assistir a uma sessão sobre os refugiados, “Entender os Refugiados”, cujo objetivo principal era o de esclarecer dúvidas sobre a temática dos refugiados, neste caso sírios, as suas dificuldades e as suas preocupações. A sessão foi promovida no âmbito do projeto “Escolas Amigas dos Direitos Humanos” orientado pela professora Cláudia Proença, com a colaboração do professor José Paulo Silva, e teve a participação de cerca de 150 alunos e 15 professores. Esta iniciativa esteve a cargo de Helena Castro, da associação «Coragem Disponível», de apoio a imigrantes e refugiados.

Um filme, um debate e duras realidades.
A primeira parte da sessão foi ocupada com o visionamento do filme francês “Né quelque part”, que falava de um jovem francês de 26 anos, chamado Farid, que viajou para a Argélia para salvar a casa de seu pai, também ele emigrado em França. Nessa viagem descobre a realidade do país de seus pais, onde nunca tinha estado. Após uma série de peripécias, muitas delas de caráter cómico, Farid é forçado a regressar a França nas mesmas condições dos refugiados que atravessam o Mediterrânio, vivendo perigos e ameaças constantes, para procurarem uma vida melhor.
A segunda parte da sessão foi conduzida por dois estudantes sírios, que fizeram uma apresentação do seu país, dos seus belos monumentos e paisagens e das consequências que a guerra tem tido nesse património, mas essencialmente na vida da população. As imagens de destruição e de penúria em que vivem as pessoas não deixaram de impressionar todos aqueles que assistiram à sessão.
Seguiu-se um período de perguntas e respostas, em que os convidados falaram das tradições e dos costumes do seu povo, das impressões da sua viagem para Portugal e Alemanha e da forma como se têm integrado.

A opinião dos alunos
Vários alunos do 11º C prestaram depoimentos sobre aforma como tinham vivido este debate. Na opinião do aluno Ruben Fernandes, “ foi uma palestra muito interessante, pois tivemos a oportunidade de falar com alguém que passou por uma guerra, mas lutou para conseguir os seus objetivos, neste caso finalizar os estudos”. Gonçalo Cunha destacou a importância de “compreender a diferença entre refugiado e terrorista” e da melhor “compreensão das diferenças culturais entre Portugal e a Síria”. O António Eduardo concluiu com a ideia de que “devemos aceitar os refugiados no nosso país, não tendo o pensamento de que se trata de pessoas más, porque, afinal, são iguais a nós” com os seus sonhos e aspirações. André Resende sublinharia que a sessão o fez “pensar sobre a forma como devemos aproveitar as oportunidades que temos”, afinal, aquilo que estes refugiados estão a fazer, aproveitando o bom acolhimento que têm tido em Portugal.
A atenção com que os alunos seguiram os vários momentos da sessão foi bem demonstrativa da sua utilidade e relevância, num momento em que tantas ideias erradas circulam na opinião pública. Os alunos da Serafim Leite aproveitaram bem essa possibilidade de contactarem diretamente com pessoas como eles, vítimas de uma guerra, e ficaram mais esclarecidos sobre um tema de que tantas vezes se fala, sem se conhecer a realidade. Uma experiência a repetir.

“Coragem disponível”
A associação “Coragem disponível” de apoio aos imigrantes e refugiados ajudou a lançar o debate sobre a questão dos refugiados em Portugal, ao levar para as ruas o movimento Refugees Welcome Portugal que teve lugar em 5 cidades, no dia 12 de Setembro de 2015.
A partir daí, os seus membros fundadores têm participado em debates televisivos, reuniões com partidos políticos e encontros da sociedade civil. Sempre com o objetivo de sensibilizar para necessidade de olhar esta crise de frente, e acolher as pessoas da melhor maneira.
Como parte do seu trabalho, a associação promove eventos interculturais, cursos de árabe para portugueses e de português para árabes, cursos de multiculturalidade e outros. Outra das suas ações é o apoio humanitário. ACoragem Disponível esteve na Grécia com os refugiados. E está a preparar nova missão para as férias da Páscoa. Helena Castro foi uma das promotoras da Marcha Europeia dos Refugiados que contou com a participação de mais de 150 cidades no passado dia 27 de fevereiro.

Gabinete de Comunicação do Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite

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