Não, não tem jeito: Tanto não tem que, em cada aluno, ficou a vontade de revisitarem os seus projetos.
Do confinamento letivo, sobretudo nas disciplinas oficinais e laboratoriais, fica o testemunho das limitações de uma Escola à Distância: A não ser em circunstâncias excecionais como a que estamos a atravessar ou para aquelas que a modalidade de “Ensino à Distância” já prevê, nada substitui a presença física dos professores e dos alunos.
As novas ferramentas didáticas e de comunicação — telemáticas — são um complemento metodológico precioso e poderoso, mas nunca a Escola Pública poderá reduzir-se à condição precária de um complemento.
As circunstâncias excecionais torceram a Escola Pública e, face a essas circunstâncias, as escolas (alunos e professores) deram a melhor resposta possível. Que essa resposta não sirva de mote para uma revolução tecnológica redutora, mas sempre bem vinda como complementar e potenciadora da presença.
Justamente por essas limitações, os alunos do 12.º ano do Curso Científico Humanístico de Artes Visuais merecem este reconhecimento compensador para a sua quase frustração, combinada com uma enorme satisfação.
Na verdade, no âmbito da disciplina de Oficina de Artes, desenvolveram projetos individuais durante o 2.º período para os concretizarem durante o 3.º período, mas, surpreendidos pelo confinamento, tiveram de adequar os seus projetos de fotografia, animação, cerâmica, pintura, graffiti, escultura, arquitetura… Tiveram de ajustar os seus projetos aos materiais e aos espaços que tinham em casa, conseguindo preservar os respetivos temas e domínios de expressão — conseguiram preservar a substância.
Para além da concretização dos projetos, o 3.º período obrigava-os a expô-los, na escola ou em associação com alguma iniciativa proposta por outra instituição ou entidade.
A exposição física não foi possível, obviamente.
Não obstante, os alunos concretizaram os seus projetos e fizeram as suas exposições, convertidas em publicação numa página eletrónica pessoal, páginas essas para as quais fica o convite de as visitarmos:
Sem dúvida, este é um registo digno para a memória controversa de uma Escola que, em tempos idos, esteve confinada.
Paulo Duarte