No dia 10 de março de 2014, a turma A, do 12.º ano, do Curso Científico-Humanístico de Ciências e Tecnologias, realizou uma visita de estudo ao Porto e ao Olival, no âmbito das disciplinas de Biologia e de Português.
Eram perto das 7h30 da manhã e os sorrisos, a alegria e a energia já eram sentidos por todos! Tudo indicava que nos aguardava um dia em cheio para professoras e alunos. E assim foi: partimos rumo à "invicta". Chegados à Escola Superior de Biotecnologia, da Universidade Católica do Porto, pelas 9h00, não se conseguia esconder a ansiedade de cada serafino! Após um curto tempo de espera, acabámos por entrar nas instalações, preparando-nos para os desafios experimentais que se avizinhavam!
Divididos em 2 grupos de 15 elementos e um professor adjuvante por grupo, fomos encaminhados para as devidas salas já preparadas para o efeito: num dos grupos, foi desenvolvida, após um breve período de análise e reflexão em torno da teoria, uma atividade respeitante à produção de leite para intolerantes à lactose e, na outra, queijo e outros produtos lácteos.
No que concerne à primeira atividade, sabíamos que a dificuldade, na digestão química da lactose, ocorre pela deficiência ou ausência da enzima lactase na mucosa intestinal, podendo surgir, porventura, por um erro genético ou por consequência de distúrbios do intestino. Mas o que fazer para ultrapassar esta advertência? Com o avanço da tecnologia e da ciência tornou-se muito comum e eficaz o uso de um suplemento, o da enzima lactase, que suprime a deficiência no organismo e possibilita, assim, a digestão de lactose.
Passando à parte prática, imobilizámos a lactase em cápsulas de alginato de cálcio que, depois de colocadas num eurotubo, posicionado numa coluna, fez-se passar o leite, seguindo-se a hidrólise da lactose monitorizada pela glicose libertada.
Em suma, testando a eficácia da atividade experimental, contemplámos a sua veracidade, concluindo, com sucesso, que é possível dividir a lactose em glicose e galactose e, desta forma, conseguir produzir um leite que possa ser digerido por intolerantes à lactose.
Trocados os grupos e reencaminhados para outra divisão, aterrámos num grande pavilhão com uma múltipla maquinaria disponível para a produção de queijo e de outros produtos lácteos (atividade a ser desenvolvida), bem como outros tipos de aplicações biotecnológicas.
Como todos sabem, o leite é um alimento nutricional equilibrado, sendo utilizado na produção de diversos produtos alimentares, tornando, desta forma, a nossa alimentação muito mais diversa e apelativa. Na atividade experimental desenvolvida, caminhámos no sentido de produzir queijo fresco que, apesar de grandes expectativas e de vários esforços empreendidos, não foi possível efectivar, no segundo grupo, o seu preparo devido a uma anomalia técnica. Já o mesmo não sucedeu com o primeiro grupo que, com sucesso, recorrendo a processos químicos e enzimáticos, fabricou queijo fresco. Com o principal subproduto, o soro de leite, precipitado proteicamente, o mesmo foi empregue na feitura do tão aclamado requeijão. O aproveitamento deste soro pode, também, ser utilizado em vários suplementos nutricionais desportivos, tal como explicado. A utilização de diferentes aditivos ou a aplicação de diferentes processos tecnológicos permitirá, ainda, a obtenção de outros produtos lácteos, tais como doces e bebidas lácteas.
O relógio badalava as 13h, quando terminou esta jornada repleta de aventuras biotecnológicas com muito queijo à mistura. Chegara, então, a hora do almejado almoço e repouso, recuperando energias para a segunda parte da visita de estudo.
Após o momento de repasto, que teve lugar no "Dolce Vita" portuense, partimos para o Olival com o intuito de assistirmos à peça "Felizmente Há Luar!", de Sttau Monteiro, dinamizada pelo Teatro Experimental do Porto, sob a encenação de António Júlio. Assim, no Auditório do Centro Cultural e Social do Olival, pudemos ter uma melhor perceção da peça estudada nas aulas de Português. Destacamos, entre os diversos aspetos, as emoções expressas pelas personagens, que marcam a sua identidade, bem como alguns pormenores que nos passaram despercebidos aquando da leitura prévia da obra. Nada como "ver claramente visto", ao vivo, como sublinhou, um dia, Camões... Sentimos que tudo o que foi lido ganhou vida e voou para o palco...
Relativamente à apreciação global da peça, a turma aplaude a respetiva interpretação dramática, embora não deixe de evidenciar alguns pontos que, na sua perspectiva, tornariam esta peça, de fundo histórico, mais rica e cativante.
No que concerne às personagens, não restam dúvidas de que aquelas que mais entusiasmaram e que souberam interpretar, digna e categoricamente, o seu papel foram Vicente e Matilde, tendo esta, surpreendentemente, tornado o Ato II mais apelativo que o I. Um grande aplauso, sem dúvida, para ambos os atores! Em relação a Beresford, todos esperavam que saísse da sua boca o sotaque britânico que mais soou a alentejano! Que pena!
O 12.º A, fazendo uso do seu "lápis azul", risca a forma como o espaço cénico foi trabalhado, pois a sua pobreza foi tamanha que desiludiu, deveras, o olhar de todos que esperavam mais!... Aliás, seremos mais corretos se afirmarmos que o cenário era quase inexistente. Neste sentido, consideramos, de igual modo, que a sonoplastia deveria estar em consonância com a obra e o certo é que o rigor acústico também falhou.
Como já tínhamos procedido a uma leitura da peça, apercebemo-nos de que esta era fiel ao texto original de Sttau Monteiro, datado de 1961, embora tivéssemos detetado a ausência de Frei Diogo e da afamada saia verde que não perdeu a tonalidade negra!
Em suma, apesar destas lacunas que apontamos, consideramos que este momento dramático, além de ter enriquecido a nossa cultura, auxiliou-nos na compreensão da obra em causa, tendo correspondido, em grande parte, às nossas expectativas.
Contudo, a nossa tarde ficou ainda mais completa, porque, após o término da representação, tivemos a oportunidade de dialogar com os atores, elogiando, lançando as nossas dúvidas e questionando, de forma a satisfazermos a nossa curiosidade. Um aspeto bastante inovador, por sinal, segundo a opinião de todos. Tivemos, igualmente, o privilégio de tirar fotos com os atores que ficarão, para sempre, na gaveta das memórias de cada um... Foi, realmente, um momento digno de ser, mais tarde, recordado!
No entanto, chegava a hora do adeus e foi assim que, repletos de animação e de alegria, aportámos na Escola Secundária Dr. Serafim Leite, quando soavam as 18h30, convictos de mais uma missão cumprida!
12.º A (Redator Miguel Lopes)
Dina Sarabando e Rosa Pinho