No passado dia 24 de abril, as turmas dos 11.º anos, dos Cursos Profissionais do Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite, organizaram uma visita de estudo queirosiana.

A primeira paragem deu-se na Vila de Baião, onde se encontra a estátua de Eça de Queirós, de Emília Lopes, inaugurada em novembro de 2017, na Praça junto ao Bairro Francisco Sá Carneiro.

Seguidamente, todos rumaram à Casa de Lodeiro, a Casa de Fanny Owen, personalidade camiliana que inspirou o livro de Agustina Bessa-Luís e o filme “Francisca”, do realizador Manoel de Oliveira.

Ainda no período da manhã, visitaram a estação ferroviária de Tormes, intimamente ligada à obra A Cidade e as Serras.

O almoço queirosiano foi na Casa do Lavrador e a ementa foi canja de galinha, broa caseira, arroz de favas com frango alourado e a sobremesa leite creme queimado. Os alunos deliciaram-se com as iguarias de Jacinto, personagem do romance A Cidade e as Serras.

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No período da tarde, fizeram a visita guiada à Fundação Eça de Queirós e apreciaram uma das mais fantásticas vistas da região para o Douro. Vários dos seus objetos pessoais podem ser contemplados neste lugar, cheio de magia: o famoso monóculo, a sua imagem de marca, a mobília da casa de Paris (uma das cidades onde foi diplomata), fotografias, quadros, presentes de amigos, a escrivaninha onde escrevia de pé, uma das peças mais interessantes e icónicas da visita.

O percurso queirosiano terminou numa capelinha com peças do século XVI. A chegada deu-se por volta das 18h00 a S. João da Madeira.

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Excertos queirosianos:

Caldo de Galinha com Fígado e Moela

Desconfiado (Jacinto), provou o caldo que era de galinha e rescendia. Provou – e levantou para mim, seu camarada de miséria, uns olhos que brilhavam, surpreendidos […].

E sorriu, com espanto: – Está bom!”

Estava precioso: tinha fígado e tinha moela: o seu perfume enternecia: três vezes, fervorosamente, ataquei aquele caldo.

Arroz de Favas

E pousou sobre a mesa uma travessa a transbordar de arroz com favas. Que desconsolo! Jacinto, em Paris, sempre abominara favas! … Tentou todavia uma garfada tímida – e de novo aqueles seus olhos, que pessimismo enevoara, luziram, procurando os meus. Outra larga garfada, concentrada, com uma lentidão de frade que se regala. Depois um brado:

– Ótimo!… Ah, destas favas, sim! Oh que fava! Que delícia!

Creme Queimado

À mesa onde os pudins, as travessas de doce […].

– Como gostar! Mas é que delira! … Pudera! Tanto tempo em Paris, privado dos pitéus lusitanos…

A Cidade e as Serras, Eça de Queirós.

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