Curiosa coincidência!
Recentemente cheguei a brincar com os alunos do 10ºC, numa aula de Geometria Descritiva A, sobre esta mesma questão.
Afinal uma reta pode ser designada pela letra "w"?
Pode uma reta receber uma letra que não pertence ao "nosso" alfabeto?
A verdade é que sempre assim foi, até porque o conhecido eixo "y" já é utilizado desde, desde... Desde quando?
Se sempre o usámos sem que pertencesse ao "nosso alfabeto", por que razão ou necessidade, só agora é que o integra oficialmente?
Mas, afinal, que conceito é esse de "alfabeto de um país"?
Alfabeto (alfa, beta...), ou abecedário (a, b, c...)? O alfabeto não é grego?!
Existem escritas diferentes, com caracteres diferentes... Mas todas as grafias que usam as letras "a", "b", "c"... não são, afinal, o mesmo e internacional alfabeto? Ou será "abecedário"? Alfabeto é mais "internacional"...
E entre acordos internacionais, ortográficos e outros, não deveríamos, "agora nós", também exportar em troca o nosso "ç"? Quem o quererá?
A cedilha é dissociável do "ç", ou será que o "ç" é uma letra diferente do "c" — haverá, noutros países, um uso distinto da cedilha, ou outras letras cedilhadas?
Quais são as palavras portuguesas que se escrevem com k, w, ou y?
Ora, se não há nenhuma, por que razão não ficam os ingleses, ou outros, com o nosso "ç" que também não usam?
Mas talvez já hajam palavras portuguesas escritas com "y": "pay shop", "youtube", "yoga", "yom kippur", "yuppie"... e já tive uma aluna portuguesa cujo nome era Yara...
Fomos invadidos há muito tempo... Mas agora, demos a nacionalidade a essas três letras.
Alguém que me esclareça sobre estas questões que, na verdade, são de "política internacional" e não de "política educativa" — mas são de "atualidade pedagógica".
Uma "dica" só vale se predicar alguma coisa.
Prediquemos... Pelo menos para que o próximo "akordo" ortográfico não seja ainda mais internacional... talvez europeu, ou seja, franco-alemão...
Prediquemos... Até ao absurdo.