O Agora Nós, procurando contribuir para o esclarecimento da comunidade educativa, no seu todo, e dos três setores que a constituem, a propósito das próximas eleições para o Conselho Geral, realizou uma entrevista a todas as listas concorrentes, dos três setores que compõem o Agrupamento. Em "continuar" poderão ser conhecidas as respostas às questões colocadas à Lista B do Pessoal Docente, bem como a constituição da lista. As eleições serão no dia 10 de novembro.

 

AN - Qual a principal razão que vos levou a constituir esta lista?

A razão que mobilizou a lista B foi a certeza de que a continuação da atual linha da Direção é o melhor rumo para o AESL. Esta convicção, partilhada por todos os 20 elementos da lista B, é o que nos faz mover.

AN-  Sendo conhecida a existência de duas listas, apontem, no máximo, três fatores que vos possam diferenciar da lista concorrente.


Ambas as listas são constituídas por colegas que há muitos anos se conhecem bem e que partilham as mesmas preocupações, projetos, turmas... Na verdade, acreditamos que é muito mais o que nos une do que o que, neste momento especial, nos separa.
Poderá não ser usual assumir o apoio inequívoco a um candidato. No entanto é legítimo, quer do ponto de vista legal, pois não fere qualquer preceito e normativo, quer do ponto de vista da participação ativa e consciente, preceitos da democracia. O atual modelo de eleição retirou aos docentes e não docentes a possibilidade de manifestarem a sua preferência através dum processo eleitoral direto, tendo deixado para um grupo de pouco menos de 20 pessoas – uma grande parte vinda da comunidade educativa alargada – a escolha do diretor. Com o manifesto apoio a um (eventual) candidato, a lista B vem, de alguma forma, recuperar esta representatividade perdida.
Relativamente a outros fatores que nos distingam da outra lista, não queremos cair em comparações, preferindo deixar à consideração de cada docente.
- Dizemos ao que vimos;
- Sabemos o que queremos;
- Sabemos como o fazer.

AN -  Sabendo-se dos condicionalismos que enquadram as competências do órgão Conselho Geral, indiquem três medidas ou documentos que gostariam de nele ver aprovadas?


O CG é um órgão de direção estratégica, não lhe cabendo a gestão, mas sim, a um nível macro, a definição das grandes linhas orientadoras da ação. Neste âmbito estão bem definidas as competências que tem na construção e aprovação dos documentos orientadores. Gostaríamos de ver aplicadas algumas medidas:
a. Criação de um documento enquadrador da direção estratégica do agrupamento, unificando o Plano Anual e Plurianual de Atividades no Projeto Educativo à luz do Regulamento Interno, garantindo a coerência e consistência dos mesmos.
b. Promoção de uma discussão aberta e participada das linhas orientadoras da ação do AESL.
c. Promoção do enquadramento estratégico do Plano Anual e Plurianual de Atividades, numa aproximação à comunidade.

AN - Qual a vossa posição face à chamada “municipalização da educação”?

Para responder a esta questão é preciso entender o que é a “municipalização da educação”. E é importante analisar os documentos enquadradores antes de emitir qualquer opinião. A transferência de competências para as autarquias em termos de Educação é um processo que já tem vários anos e, no que refere ao ensino pré-escolar e ao 1º ciclo, está mais do que cimentado. Até 2023 prevê-se estar alargado a toda a rede de estabelecimentos públicos da educação não superior. Considerando que o culminar deste processo parece ser uma inevitabilidade, podem ser identificados um conjunto de benefícios, mas também outros aspetos que deverão ser tomados em especial atenção. Após este processo o AESL continuará a ter a (pouca) autonomia pedagógica que tem neste momento, mantendo a gestão do pessoal docente. É fundamentalmente ao nível do pessoal não docente, das instalações, da gestão dos refeitórios e dos apoios da ASE que as mudanças se farão sentir. Mesmo em termos financeiros, e dado que o orçamento da escola já vem definido pelo ME, as implicações serão sempre residuais. Realça-se que todo o orçamento relativo a projetos, continuará a ser gerido pelo AESL.
Em teoria, uma grande parte dos procedimentos administrativos e financeiros passando para a gestão da autarquia, libertará as estruturas da escola para colocarem o enfoque na componente pedagógica - aliás a missão maior da escola. Na prática há um conjunto de situações que carecem de uma articulação profunda entre o AESL e a Autarquia, num processo dialógico, na procura das melhores soluções. Neste aspeto, o papel do CG pode ser fundamental para manter quer a identidade do AESL, quer em ser o garante da melhor gestão de setores tão delicados como os apoios no âmbito da ASE.

AN- Sabendo-se que as obras em duas escolas do Agrupamento estão em pleno andamento, que alterações perspetivam, a partir do momento em que elas estejam concluídas?

As obras que estão em andamento ainda têm um longo caminho a percorrer e a intervenção pontual do CG poderá ser fundamental para desbloquear algumas situações de carácter mais operacional. Quando todo o processo - obra - estiver concluído, ainda haverá ainda muito trabalho a fazer: equipar as salas e humanizar os espaços, transformando-os em ambientes de aprendizagem será um desafio tremendo. No entanto, todo este processo terá um carácter mais operativo e o CG, estando na retaguarda, poderá ajudar com o envolvimento e compromisso da autarquia e com as sinergias que poderão mobilizar comunidade.
Mas, ainda a este nível, os desafios que a seguir se colocam a seguir são outros, e tão ou mais difíceis do que este. Na escola sede, urge uma intervenção de fundo no pavilhão desportivo, no bloco principal e nos espaços exteriores. Consideramos ainda que, apesar de extremamente importantes, as intervenções que estão e que venham a ser feitas e, numa perspetiva de longo prazo, a sustentabilidade patente na manutenção - preventiva e evolutiva -, tantas vezes esquecida, deverá ser acautelada.

AN- Como equacionam a relação entre o CG e a comunidade educativa no seu todo e os professores em particular?

Ao longo das respostas anteriores esta questão já foi em parte respondida. A relação entre o CG e a comunidade tem, sem dúvida, muito espaço para melhorar. Tratando-se de um órgão colegial, onde estão representados docentes, não docentes, alunos, encarregados de educação, autarquia e instituições locais, é o espaço dentro da comunidade onde pode haver uma participação alargada e democrática. O envolvimento de todos os conselheiros poderá recolocar a escola no papel central que tem na formação das crianças e jovens, num processo sinérgico com toda a comunidade. A consciência do papel do CG na vida e organização escolar é, por isso, essencial, sob pena de ser um órgão que se limita a ratificar as decisões do diretor. Neste sentido, preconizamos um modelo informado, mais interventivo, mas, acima de tudo, mais participado.

 

Lista B professores1

 

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