A Assembleia Municipal Jovem é um jovem projeto, mas que conta, já, com seis edições. Esta é, sem dúvida, uma iniciativa pioneira no concelho que, todos os anos, tem sabido receber, ao encontro das temáticas, as ideias das crianças e dos jovens das escolas sanjoanenses,do 4.º ao 12.º anos de escolaridade, com vista à promoção do seu papel cívico e à intervenção social, procurando desenvolver, deste modo, igualmente, o gosto pela (participação) política.

Assim, após o cumprimento de todas as etapas, ao nível interno, e das três sessões efetuadas, ao longo do ano letivo, todos os envolvidos, deputados e coordenadores, usufruíram, mais uma vez, de uma viagem de dois dias com destino a Lisboa, Peniche e Leiria, a qual decorreu nos dias 04 e 05 de julho, contando, igualmente, com a presença de elementos representativos da Câmara e da Assembleia Municipais.

* 1.º dia

O dia começou bem cedo com os corações a fervilharem de entusiasmo, sobretudo, os daqueles que, pela primeira vez, empreendiam esta façanha. A comitiva do Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite era constituída pelos seguintes elementos: Dinis Pinho (4.º A da EB do Parque), Gabriel Ribeiro (4.ºB da EB de Fundo de Vila), Benedita Pereira (5.º B), Daniela Castro (5.º A), Mariana Santos (6.º B), Dinis Costa (9.ºB), Leonor Silva (7.ºC), Rúben Marques (11.ºC), Cláudio Silva (12.ºB) e as professoras Dina Sarabando e Ângela Resende.

O primeiro momento teve lugar na Casa da Democracia, onde chegámos por volta das 11h. Aqui, fomos recebidos pelos Deputados do Círculo Eleitoral de Aveiro (Hugo Oliveira, PS; Paulo Cavaleiro, PSD; e João Almeida, CDS-PP), os quais já estiveram na nossa escola, em sessões do «Parlamento dos Jovens».

Antes do encontro com os mesmos na Sala do Senado, todos os envolvidos, em dois grupos, usufruíram de uma visita guiada, com laivos históricos, por alguns recantos do palácio de S. Bento, mas a qual soube a pouco, comparativamente com outras ocasiões. Posteriormente, no momento de reunião com os Deputados da Assembleia da República, os alunos tiveram a oportunidade de lançar questões aos mesmos, tendo este momento, no caso da Serafim Leite, estado ao encargo dos alunos Gabriel Ribeiro e Rúben Marques, tendo as respetivas perguntas sido respondidas pelos senhores da política que, neste dia, nos recebiam.

Entretanto, chegada a hora de almoço, deslocámo-nos à cantina do ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão), mesmo ao lado da Assembleia da República, e aí, num ambiente muito agradável, com a fome a apertar, convivemos um pouco entre todos.

Após a visita à Assembleia da República, um outro compromisso seria assumido na Presidência do Conselho de Ministros, que se localiza, agora, no Campus XXI, no edifício-sede da Caixa Geral de Depósitos (CGD), junto ao Campo Pequeno, concentrando, aí, os vários ministérios.

Após as saudações iniciais e todas as mensagens de acolhimento e de orgulho pelo trabalho levado a cabo pelas crianças e jovens, na Assembleia Municipal de S. João da Madeira, foi lançado um repto aos nossos deputados de palmo e meio: cumprirem, em distintas comissões, uma sessão de trabalho no gabinete de vários Secretários de Estado – Adjunto da Presidência, da Cultura, da Modernização e Digitalização, da Habitação, dos Assuntos Parlamentares e da Administração Local e Ordenamento Territorial. Neste momento de uma verdadeira preparação de políticas públicas em que um elemento de cada grupo expôs o trabalho desenvolvido, sob a forma de medidas, tendo por base a Declaração Universal dos Direitos Humanos, tiveram lugar de destaque, como porta-vozes, os deputados da Serafim Leite, Daniela Castro e Rúben Marques, e todos os restantes elementos souberam contribuir para o desfecho de cada grupo de trabalho.

Na verdade, foi deveras enriquecedor a possibilidade de os alunos se posicionarem no assento de cada um dos Ministros de Portugal e dos respetivos Secretários de Estado, além de que ficaram, com certeza, bem mais esclarecidos sobre a orgânica da Presidência do Conselho de Ministros e todos os seus afazeres em prol do nosso país.

O dia já ia longo e, por isso, despedimo-nos da capital em direção a Peniche, mais propriamente, ao Hotel Star Inn, onde nos esperava um delicioso jantar e aí ficámos alojados, num local lindíssimo, muito próximo do mar. Como seria de esperar, explorámos os cantos ao hotel, porque este oferecia espaços de convívio muito aprazíveis. Alguns aproveitaram, ainda, para um mergulho no mar ou na piscina, antes da hora do jantar, e outros usufruíram, em pleno, da sala de convívio.

2.º dia

Acordámos com um dia radioso, embora ventoso, mas o mais importante é que continuava a reinar, entre todos, a boa disposição… Após o devido pequeno-almoço no hotel, entrámos no autocarro, a fim de seguirmos para o forte de Peniche. Finalmente, após várias tentativas, em anos anteriores, os deputados da AMJ conseguiam visitar, integralmente, o monumento, outrora, prisão salazarista. O Museu Nacional da Resistência e Liberdade faz, sem dúvida, jus ao momento histórico de que todas as paredes e recantos foram testemunhos, há cerca de 50 anos. Há que recordar que este forte foi mandado edificar por D. João III, no século XVI, tendo sido concluído só no reinado de D. João IV, que o considerou a principal chave do Reino pela parte do mar. No entanto, o motivo que nos conduziu a este monumento prende-se com o facto de ter servido de prisão política, no tempo do Estado Novo, entre 1934 e 1974, destacando-se, por exemplo, a prisão e fuga de Álvaro Cunhal. Um facto interessante é que a liberdade só chegou a este local a 27 de abril de 1974, porque os presos insistiram numa liberdade conjunta e não individual, daí o facto de não ter sucedido no dia 25 de abril.

A hora de almoço aproximava-se e este teve lugar em Leiria, na WOK Santana, o qual se tornou mais um momento de grande confraternização entre todos os envolvidos no projeto. De seguida, por volta das 14h30, calcorreando algumas ruas e becos da cidade, sempre com mira no Castelo de Leiria, dirigimo-nos para o Museu MIMO, da Imagem e do Movimento, no qual empreendemos uma viagem pela exposição patente, em torno de artistas neorrealistas (Tereza Arriaga, Jorge de Oliveira e Manuel Filipe), assim como pelas Artes Visuais, com realce para o cinema.

E, desta forma, chegou ao fim a nossa viagem de dois dias bem merecida… Foram dois dias em que abundaram a boa disposição, a convivência, novas aprendizagens, novas experiências e um enriquecimento cultural que ficará para a vida.

Até para o ano!